A ASPAS NAS IV JORNADAS INTERNACIONAIS DE QUADRINHOS

A ASPAS NAS IV JORNADAS INTERNACIONAIS DE QUADRINHOS

Iuri Andréas Reblin, Ruben Marcelino, Edgar Franco e Danielle Barros Fortuna

Vários membros da ASPAS participaram do maior e mais prestigiado evento acadêmico sobre quadrinhos do Brasil, as  IV JORNADAS INTERNACIONAIS DE QUADRINHOS, realizadas na USP, entre os dias 22 e 25 de agosto de 2017.

Veja algumas fotos exclusivas tiradas por nossos associados e leia algumas impressões de nossos associados sobre o evento.


"Participei no total de 5 Jornadas: 3 Internacionais e 2 temáticas. Nitidamente, esta foi a melhor por alguns motivos. Todas as sessões que assisti foram ótimas e alguns elementos foram mais recorrentes que outros: muitos trabalhos sobre quadrinhos independentes ou autorais, explorando diversas possibilidades teóricas e narrativas; Chris Ware foi citado em várias apresentações como um exemplo de criatividade e genialidade; Charles Hatfield, Douglas Wolk e Jenkins foram autores bastante citados (até as 3ªs Jornadas, a incidência maior ainda era do Eco e McCloud); as palestras foram incríveis e os convidados trouxeram contribuições muito importantes para todos. 



O evento proporciona aproximação com colegas de diversas áreas e é um ambiente onde a fraternidade e a troca de experiências são priorizadas em relação a qualquer tipo de competição.  Assisti algumas comunicações de colegas aspianos e todas mantiveram o mesmo nível que deu tom ao evento.

Destaco as palestras dos convidados Nick Sousanis, Randy Duncan José Melo e Daniele Barbieri que contribuíram com considerações muito importantes. Entre elas, ficou bem nítida a importância daqueles que vieram antes de nós e sem os quais nenhum de nós estaria pesquisando Quadrinhos hoje. Moya e Melo, assim como Vergueiro, Cirne, Cagnin e Luyten, foram e são a base que sustentam nosso campo.


Randy Duncan falou da importância dos diversos tipos de pesquisadores, lembrando que há uma geração que não cresceu colecionando quadrinhos e que oferece perspectivas diferentes daqueles que sempre foram fãs. Ou seja, há espaço para todos. Duncan também nos falou sobre a relevância das nossas histórias de origem, do momento em que nos apaixonamos pelos quadrinhos.


Sousanis possibilitou que enxergássemos que os estudos de HQ podem ir muito além do que imaginamos. A partir de sua tese toda desenvolvida em Quadrinhos, Desaplanar indica que há muito mais a ser explorado em uma HQ do que o espaço bidimensional. Sua fala tem muita conexão com o trabalho do nosso colega Gazy Andraus e em alguns momentos da apresentação de Sousanis me peguei pensando se os dois não dividiam o mesmo cérebro, tamanha a semelhança entre o seu raciocínio.

Barbieri, por sua vez, reforçou a ideia de que todos nós somos relevantes de alguma forma, pois nossas pesquisas e publicações certamente inspiram outras pessoas que talvez não seguissem o mesmo caminho sem elas, como o que aconteceu com Guido Crepax ao conhecer o editor da revista italiana Linus. De acordo com Barbieri, Crepax não era desenhista de HQ, mas se não tivesse sido pela publicação de Linus, hoje nenhum de nós conheceria a sua Valentina. 
 
Rosa Alica, Thiago Modenesi e Denise Margonari.

Assim, as 4ªs Jornadas deixam bem marcada a importância das conexões que fazemos no meio e certamente se consolida como um dos mais importantes eventos acadêmicos do campo dos quadrinhos, dado o alto nível e maturidade que as pesquisas têm alcançado". 

Daniela Marino
 
Aspianas Valéria Bari e Dani Marino sendo entrevistadas para a página Quadrinhos e Educação, durante as IV Jornadas Internacionais de Quadrinhos.
"O evento promovido pelo Observatório de Histórias em Quadrinhos, da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), é um dos eventos mais significativos sobre a pesquisa de histórias em quadrinhos no Brasil e na América Latina, especialmente, por conta da trajetória da pesquisa no Brasil.

A ECA é um lugar de vanguarda dos estudos de histórias em quadrinhos e a principal referência para todas as pessoas pesquisadoras. É o ponto de partida a partir do qual outras iniciativas,como a própria ASPAS, puderam adquirir contornos sólidos e possibilitaram que é possível sim investigar quadrinhos, arte sequencial e cultura pop no cenário acadêmico brasileiro.

Iuri Andreas Reblin, Thiago Modenesi e Amaro Xavier Braga Jr.
Atualmente, há diversos eventos, grupos de pesquisa e pessoas que se ocupam com tais temas. Há ainda muito para ser feito, muitos caminhos a serem trilhados, possibilitados a partir do primeiro passo dado há algumas décadas. O caminho se faz ao caminhar. Vida longa e próspera à pesquisa em quadrinhos, arte sequencial e cultura pop. Vida longa a movimentos como a ASPAS".

Iuri Andréas Reblin