A pesquisadora Dr. Valéria Fernandes da Silva apresentou uma análise da adaptação para quadrinhos do Romance de Machado de Assis "Helena", durante o XXIX Simpósio Nacional de História da ANPUH, realizado entre os dias 24 e 28 de julho de 2017, na UnB, Brasília. Leia o resumo.
E Machado de Assis virou Mangá: Reflexões sobre a releitura em quadrinhos do romance Helena
No ano de 2014, o Studio Seasons – um grupo formado por mulheres que roteirizam e desenham suas próprias obras – publicou pela editora NewPop uma adaptação ao estilo mangá, isto é, seguindo os moldes dos quadrinhos japoneses, do livro Helena, de Machado de Assis. A adaptação de clássicos da literatura para os quadrinhos em nosso país não é uma novidade, mas uma prática comum desde meados do século XX.
Com caráter francamente didático, ou paradidático, a adaptação da literatura para quadrinhos nunca foi uma unanimidade. Vista como uma forma de apresentar a literatura para os jovens, era por vezes, também, encarada como uma espécie de engodo, retardando a introdução dos clássicos aos novos leitores. Como toda adaptação é em si mesma uma nova obra, ela tem o sabor de sua própria época e pode ser atravessada por questões e ansiedades estranhos ao original.
Nos últimos anos, os clássicos em quadrinhos estão se tornando cada vez mais comuns nas livrarias e listas escolares. As razões para a produção de tais adaptações são variados e vão desde o desejo de tornar a literatura mais acessível à juventude até o mero interesse mercadológico. Seu sucesso certamente se assenta na capacidade de dialogar com os leitores, um público consumidor que pode, ou não, ser o mesmo público do clássico original. Ancorada nessa possibilidade, discutiremos em nosso trabalho como se deu a apropriação e releitura do romance Helena pelo Studio Seasons.
Como se deu a transição do romance para uma mídia popular de entretenimento e qual o impacto da autoria feminina na releitura da obra de Machado de Assis. Analisaremos se é possível perceber tensões de gênero no material quadrinizado e como as autoras dialogam tanto com a obra machadiana, quanto com o tipo de quadrinhos produzido no Japão. No caso de Helena, este é talvez o mais importante romance da fase romântica de Machado de Assis e foi publicado em 1876. Vários anos antes da Abolição e da República, a obra marcadamente urbana retratava uma sociedade patriarcal de rígidas hierarquias e extremas desigualdades de classe, raça e gênero.
Mesmo que alguns considerem Helena uma obra convencional, marcada por um sentimentalismo que depois seria abandonado por Machado de Assis e um trabalho muito aquém do que o autor ofereceria em suas obras realistas, é possível ver a obra de outra forma, como espaço de representação e subversão dos papéis de gênero vigentes na época de sua publicação.
O texto completo ficará disponível nos anais do simpósio.
Com caráter francamente didático, ou paradidático, a adaptação da literatura para quadrinhos nunca foi uma unanimidade. Vista como uma forma de apresentar a literatura para os jovens, era por vezes, também, encarada como uma espécie de engodo, retardando a introdução dos clássicos aos novos leitores. Como toda adaptação é em si mesma uma nova obra, ela tem o sabor de sua própria época e pode ser atravessada por questões e ansiedades estranhos ao original.
Nos últimos anos, os clássicos em quadrinhos estão se tornando cada vez mais comuns nas livrarias e listas escolares. As razões para a produção de tais adaptações são variados e vão desde o desejo de tornar a literatura mais acessível à juventude até o mero interesse mercadológico. Seu sucesso certamente se assenta na capacidade de dialogar com os leitores, um público consumidor que pode, ou não, ser o mesmo público do clássico original. Ancorada nessa possibilidade, discutiremos em nosso trabalho como se deu a apropriação e releitura do romance Helena pelo Studio Seasons.
Como se deu a transição do romance para uma mídia popular de entretenimento e qual o impacto da autoria feminina na releitura da obra de Machado de Assis. Analisaremos se é possível perceber tensões de gênero no material quadrinizado e como as autoras dialogam tanto com a obra machadiana, quanto com o tipo de quadrinhos produzido no Japão. No caso de Helena, este é talvez o mais importante romance da fase romântica de Machado de Assis e foi publicado em 1876. Vários anos antes da Abolição e da República, a obra marcadamente urbana retratava uma sociedade patriarcal de rígidas hierarquias e extremas desigualdades de classe, raça e gênero.
Mesmo que alguns considerem Helena uma obra convencional, marcada por um sentimentalismo que depois seria abandonado por Machado de Assis e um trabalho muito aquém do que o autor ofereceria em suas obras realistas, é possível ver a obra de outra forma, como espaço de representação e subversão dos papéis de gênero vigentes na época de sua publicação.
O texto completo ficará disponível nos anais do simpósio.
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