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Natania A S Nogueira
sábado, 16 de dezembro de 2023
O Troféu HQ Mix é uma das mais
tradicionais premiações dos quadrinhos brasileiros, criado em 1989 por João
Gualberto Costa, o Gual, e José Alberto Lovetro, o Jal da Associação dos
Cartunistas do Brasil. O nome faz referência à seção sobre quadrinhos que os
dois apresentavam no programa TV Mix 4, da Gazeta. A divulgação dos vencedores,
após a votação nacional, será no mês de novembro. Este ano a ASPAS concorreu na
categoria livro teórico, mas a premiação veio mesmo para os trabalhos
desenvolvido por nossos associados, seja no campo editorial, seja na pesquisa.
No dia 06 de dezembro passado, no
Sesc 24 de Maio, São Paulo (SP) quadrinistas, editores, leitores e familiares
se reuniram para a premiação de 2023, que teve como apresentar o jornalista Serginho
Groisman. O homenageado da noite como Grande Mestre do Quadrinho Nacional foi
Michele Iacocca, italiano que mudou para o Brasil ainda bem jovem e aqui
construiu sua carreira como chargista, cartunista, tradutor e escritor. O troféu,
por sua vez, foi uma homenagem a Fabio Colin, ilustrador e quadrinista
brasileiro, criador de personagens icônicos e responsável pela adaptação de
séries de televisão como o Vigilante Rodoviário, para quadrinhos, na década de
1960. Seu personagem escolhido para compor o troféu foi o Curupira.
O evento durou cerca de duas
horas e contou com muitos momentos marcantes. Um destes momentos foi o discurso
da quadrinista Helô D´Angelo , que falou sobre a necessidade de
diversidade. Ela chamou a atenção para o fato de que nas 42 categorias, apenas
oito premiaram mulheres. A noite também foi marcada por um protesto de quadrinistas
levaram cartazes e também cobraram a presença de mais autores racializados,
LGBTQIA+ e de fora do eixo Sul-Sudeste.
Além disso, houveram vários discursos
acalorados, que levantaram temas relacionados à política e ao mercado
editorial. A premiação acabou de relevando um espaço para que os profissionais
pudessem falar abertamente não apenas sobre suas conquistas mais, também, suas
inquietações. Tudo, claro, em um clima harmonioso, o serviu para valorar ainda mais
a noite.
A ASPAS esteve representada,
primeiramente, por Daniela Marino e Sônia Luyten, que participaram da
organização do evento. O primeiro aspiano a subir ao palco foi Raphael
Pinheiro, arquiteto, quadrinista e editor, que foi premiado por seu trabalho na
editora Editora Universo Guará, da qual é um dos fundadores. No final do
evento, houve a premiação dos trabalhos acadêmicos, sendo que a pesquisadora e
cofundadora da ASPAS Natania Aparecida da Silva Nogueira, recebeu o prêmio de
melhor tese com a pesquisa Histórias em quadrinhos e feminismos na França: a
revista Ah! Nana! (1976 – 1978), defendida em 2022, pela Universidade Salgado
de Oliveira (UNIVERSO), de Niterói, RJ.
Vale destacar ainda a merecida premiação
de Érico Assis na categoria Livro
Teórico, com “Balões de Pensamento 2 – Ideias que Vem dos Quadrinhos”,
publicado pela Balão Editorial e os
prêmios de Trabalho de Conclusão de Curso, “A imagem como forma de combate ao
preconceito: a elaboração de uma história em quadrinhos com temática lgbtqiap+”,
de Gustavo Paiva Cardozo de Mello, e as duas dissertações de mestrado premiadas este ano, “De passagem
para ficar a banda desenhada documental como registro da nova leva migratória
brasileira para Portugal”, de Christiano Mascaro Gonçalves da Silva, e “Mangás do grupo CLAMP: um estudo sobre o seu
processo criativo e a publicação de suas obras no Brasil”, de Maiara Heleodoro
dos Passos).
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